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RELEASE NR.01/UNITA/ MEMORANDUM ON NON-COMPLIANCE BY THE MPLA 1975-1998 |
UM DIÁLOGO QUE NÃO EXCLUA (XXII) QUEM COMEÇOU A 3ª GUERRA CIVIL EM ANGOLA FOI O REGIME DE LUANDA, AFIRMAM OS 5 PERITOS DAS NAÇÕES UNIDAS! ( TEXTO 164 DESTA 3ª GUERRA CIVIL QUE O ENG. JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS IMPÔS ) Alguns políticos portugueses teimam em manter, no que a Angola diz respeito, uma lógica de diálogo estranha. Vejamos. Os Angolanos em geral entendem que o Diálogo em Angola deve envolver todas as partes, já que todos os Angolanos estão, infelizmente, envolvidos nas causas e nas consequências desta guerra civil que destrói Angola. Por isso, em todos os momentos que podem, os Angolanos afirmam a necessidade de diálogo com a UNITA. Ainda agora lançaram mais um Movimento, o Amplo Movimento de Cidadãos, AMC, que tem como objectivo, incentivar os Angolanos, todos, ao Diálogo. Também bem recentemente o dr Jonas Malheiro Savimbi se afirmou pelo diálogo entre todos os Angolanos. Curiosamente, no mesmo momento em que em Angola se pensa assim, em Portugal, esses políticos entendem que em Angola, os Angolanos não podem dialogar com a UNITA. Pensando tal, movimentam-se, de imediato, nas instâncias onde têm peso político , os seus partidos, as suas fundações políticas, as suas associações políticas, para rejeitarem esta ideia angolana de diálogo, inclusiva. Para esses políticos, a UNITA não pode estar presente no diálogo e se o estiver não pode estar livremente, sem sanções, sem pressões internacionais e com os seus efectivos dirigentes. No entanto, em Portugal, imaginemos o alarido que não existiria se o eng. Guterres dissesse, "eu não reconheço o dr Durão Barroso enquanto representante do PSD, ou vice versa, se o dr Durão Barroso afirmasse, "eu não reconheço o eng. Guterres como o representante do PS"... Em Angola não, para Angola é possível afirmar-se "eu não reconheço o dr Jonas Malheiro Savimbi enquanto leader da UNITA", ou afirmar-se, "a UNITA não pode estar, livremente, sem sanções, a dialogar em nome da Paz em Angola". Para Angola pode dizer-se, "O sr Eugénio Manuvakola é o representante da unita com quem se pode falar". E pode dizer-se tal sem que haja alarido. Sem que haja alarido em Portugal, é o que se esquecem de dizer. Porque em Angola tal afirmação, esquecem-se de o recordar, é tão insultuosa quanto em Portugal seria o exemplo atrás referido. O diálogo entre Angolanos vai acontecer. E vai acontecer brevemente. Nessa altura esses mesmos políticos, que hoje verberam, como Bíblia, o Protocolo de Lusaka, mas que o desvalorizaram na comunicação social portuguesa, (não fosse ele, apesar dos seus enormes defeitos, levado a sério), basta folhear alguns jornais da época, desvalorizarão, o tanto quanto puderem, esse diálogo. Mas ele sucederá. Em condições que imporão o findar das sanções, um governo que preparará a Reconciliação Nacional e que dinamizará, finalmente, eleições livres e democráticas, sem Fraudes só reconhecidas como "geralmente", livres. Não haverá mais este conceito "geralmente". É um conceito não democrático. Estou crente que a UNITA, liderada pelo dr Jonas Malheiro Savimbi ganhará essas eleições. Como estou firmemente certo que se a UNITA as perder, o dr Jonas Malheiro Savimbi fará o mesmo que fez em 1992, reconhecerá os resultados eleitorais. Pois se em 1992 o fez, sabendo que elas eram fraudulentas, e o fez em nome do interesse Angolano, porque não o faria sem fraude? E esses políticos portugueses terão de viver connosco todos, com todos os Angolanos, com a UNITA portanto...por exemplo, na CPLP. Se a quiserem manter, pois sem Angola não há CPLP. Não se entende portanto que continuem a teimar em que são eles os que definem quem lidera e quem não lidera este ou aquele partido Angolano. Hoje, entretanto, vivemos, no que à CPLP diz respeito, numa autêntica "sopa de letras". Se um partido português convoca uma conferência partidária tem de ter presentes, como seus "partidos irmãos", todos os partidos de peso da CPLP. O que é no mínimo estranho. Seria natural que as famílias políticas se reunissem, no âmbito da CPLP, em lógica de família política. Não é o que sucede. Sucede sim a lógica da "sopa de letras", onde a sopa é melhor quanto mais letras tiver. Como se fosse possível Ter, na mesma família política, o dr Pacheco Pereira e o dr Álvaro Cunhal, só porque o último foi secretário geral do PCP e o primeiro escreveu um livro sobre o PCP. Mas, no que à CPLP diz respeito, esses políticos portugueses entendem que se deve excluir o princípio das famílias políticas, como se exclui, no que no princípio do diálogo entre Angolanos diz respeito, a UNITA. Eu entendo que o diálogo não pode excluir. Não o podendo, não entendo também que em todos os diálogos tenham de estar todos, em lógica de "sopa de letras". No diálogo que defina o interesse nacional, têm de estar todos. No que a Angola diz respeito, tem de estar a UNITA. No diálogo ideológico, que permita afinar estratégias ideológicas e políticas, deverão estar os da respectiva família. Que credibilidade pode Ter um diálogo onde esteja, como se irmãos ideológicos fossem, Lucio Lara e Jorge Valentim? Nenhum. Tal qual se o mesmo acontecesse entre Miguel Portas e Paulo Portas. São, até, ambos, como se sabe, irmãos, mas não o são, enquanto irmãos ideológicos. São da mesma família de sangue, mas não são da mesma família ideológica. Parece, no que a Portugal diz respeito, tudo isto, simples. Mas, quando de Angola se trata, esses políticos portugueses entendem que não. Que se sucedesse para as suas relações em Angola o que sucede em Portugal é que tudo seria complicado. Ninguém os entende é verdade, mas é o que exigem de nós. Só que nós estamos, já, fartos dessas "sopas de letras". Que haja uma família de Direita na CPLP, uma família do Centro na CPLP, uma família do Centro Esquerda na CPLP, uma família Comunista na CPLP e uma família de Extrema Esquerda na CPLP, é o nosso entendimento. Tal qual é nosso entendimento que haverá um diálogo entre todos os Angolanos, porque é do interesse de Angola que ele aconteça. Esses alguns políticos portugueses que o entendam e que se entendam de vez é o que mais desejamos. Para que possamos definir o que é do interesse da CPLP. Que não é, garantidamente, aturar corruptos, que leva o eng. Dos Santos, a pressionar a comunicação social sem qualquer pejo, que nos leva a aturar despesas militares injustificadas, ou a aturar passeatas privadas em aviões do estado. Seria mais útil saber que estávamos a estabelecer consensos no Ensino para a CPLP, na Investigação e Desenvolvimento para a CPLP, na dinamização da actividade empresarial na CPLP, na livre circulação de Pessoas, Bem e Capital, na CPLP. O que, com esta CPLP, não está a suceder, como já todos vimos. Porque, nela, se mantém esta lógica de "sopa de letras". Insustentável "sopa de letras". Feitas sempre das mesmas letras recheadas de pólvora, de morte e de miséria. Joffre Justino
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Última actualização/Last update 07-05-2001 |