PRESS
RELEASE NR.01/UNITA/ MEMORANDUM ON NON-COMPLIANCE BY THE MPLA 1975-1998 |
RAPTAR CRIANÇAS É "POLITICAMENTE CORRECTO"? É TAL O ACRÉSCIMO DE SANÇÕES SOBRE A UNITA? (TEXTO 129 DESTA 3ª GUERRA CIVIL QUE O ENG. JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS IMPÔS) É claro que tinha de ser o EXPRESSO a afirmá-lo, por entre um incómodo silêncio de toda a restante comunicação social portuguesa - se na vida real o Mpla/futunguista rapta menores é necessário que pelo menos na propaganda a UNITA seja mais uma vez a diabolizada. É certo que a Comissão de Justiça Paz e Reconciliação em Angola, de que faço parte, apresento uma queixa formal do rapto do menor, de 15 anos e não 17, Anacleto Kajita Ululi Sakaita, junto da UNICEF e dirigida ao Committee on Child Rights, ( que também foi alvo de um enorme silêncio...), feito pelos futunguistas na Costa do Marfim, como é certo que tal queixa será mantida, por razões de mera propaganda, no vazio dos corredores das burocracias internacionais. Porque urge não tornar ainda mais exposto um regime totalitário, o de Luanda, considerado como um dos mais corruptos do mundo pela Transparency International que, claro, agora, será mais uma das ong's da UNITA, tal qual como antes do 25 de Abril todos os opositores eram comunistas, em Portugal... Porque urge esconder que a Resistência Popular Generalizada em Angola, liderada pela UNITA, não foi derrotada, nem política nem militarmente, bem pelo contrário, 12 mesesd depois de uma "morte anunciada", para os 15 dias seguintes, por um general João de Matos e um José Eduardo dos Santos sempre só com vitórias adiadas...porque urge esconder as aventuras militaristas falhadas de uns tantos militares portugueses, bem recentes, em Cabinda, por exemplo, fortemente contrariadas por gentes mais sérias da administração portuguesa e imposta com resultados desastrosos. O máximo que os futunguistas conseguiram foi aceitar o rapto aumentando a idade da Criança Anacleto dos 15 anos para os 17 anos...para quê? Para se poderem esconder no âmbito das crianças soldado que usam também e que são "internacionalmente aceitáveis" depois dos 16 anos... Só que rapto é rapto. Que é feito da Declaração dos Direitos da Criança, assinada pelos futunguistas, de repente esquecida? Basta, para esquecer o rapto, esta invencionice, vinda de Luanda, de hipotéticos, futuros e aparentes, raptos de diplomatas, publicada no EXPRESSO? Já chegamos a tal? Ponhamos o assunto em uma vertente séria - o MNE português está envolvido, porque o quis, em um cenário da mais elevada corrupção e do mais pérfido totalitarismo e, ainda por cima, com um parceiro perdedor e crescentemente isolado, interna e externamente. Em vez de o assumir, de recuar para posições condicentes com os princípios democráticos da constituição da república portuguesa, em vez de penalizar os raptos de crianças, as corrupções permanentes dos futunguistas, assume fugas em frente altamente gravosas para as futuras relações Angola/ Portugal. E é, assumamo-lo também, este silêncio de gente incomodada, que a comunicação social portuguesa decidiu como adequado, um factor de acréscimo de bloqueamento no futuro e que se torna preocupante. Houve mais notícia, mais empenho em Lisboa na libertação do jovem Elian que está a haver na libertação do jovem Anacleto. Porquê tamanho silêncio? Para proteger um MNE feito de funcionários incompetentes? Com que resultados futuros, com que impacto no futuro? O jovem Anacleto Kajita Ululi Sakaita tem 15 anos. Foi envolvido em um rapto político e procura sobreviver em Luanda, uma terra que não conhece, cercado de gentes que lhe são hostis. A única esperança que terá, hoje, é a esperança de uma movimentação internacional em favôr da sua libertação. O MNE português, até em consequência do papel de liderança que pretende ter na CPLP, deveria estar na linha de comando dessa campanha. No entanto, amarrado que está a uma política desastrosa, feita por funcionários desastrosamente incompetentes, prefere estar na linha de comando de mais e mais sanções contra a UNITA e na linha de comando destas notícias tipo EXPRESSO, de mais e mais silêncio em volta de Angola. Política feita para esconder 8 anos de desastre. Desastre na cooperação económica, desastre na cooperação humanitária, desastre inaudito na promoção dos Direitos Humanos e da Democracia em Angola. Desastre escondido por uma política europeia que não se nega, mas que, para um Portugal atlantista é evidentemente insuficiente, como se vê hoje. Por isso estas declarações e estes comunicados conjuntos de uma troika que, em Angola, já ninguém quer ver, nem junta nem separada, a tratar do caso Angolano e que só bloqueiam um processo de Paz que todos os Angolanos desejam. A experiência brasileira, do pós Independência do Brasil, parece que está esquecida pelos diplomatas portugueses. Parece que preferem manter este posicionamento de conflito feito, de intervencionismo militar feito, de defesa do totalitarismo. O jovem Anacleto Kajita Ululi Sakaita está a sofrer, injustamente, enquanto cidadão que é, as consequências deste desastre da diplomacia portuguesa. Mas será que a cidadania não funciona, em Portugal e no mundo de hoje? No plano dos princípios o Jovem Anacleto é um jovem por si. Não interessa a sua origem familiar e enquanto jovem deveria ser protegido por todos nós, seja qual fôr a nossa posição política individual em relação ao conflito Angolano. Deveriamos reagir perante a sua situação como reagiriamos se fosse nosso Filho. Ou gostariamos de ver um Filho nosso raptado por alguém, por uma razão qualquer, justa ou injusta? O rapto de menores é, já, hoje, uma medida "politicamente correcta"? Para mim não é possível, não é sequer admissível, tal! Joffre Justino |
Última actualização/Last update 08-05-2001 |