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RELEASE NR.01/UNITA/ MEMORANDUM ON NON-COMPLIANCE BY THE MPLA 1975-1998 |
Manifesto Mudar
para melhor! ANGOLA é a
nossa bela e querida pátria. È a herança que os nossos antepassados nos
legaram que resgatada à gesta colonial nos confere a identidade e nos torna
parte integrante da Humanidade. A
angolanidade é a busca já afirmada da nossa existência comum. È nela que
realizamos o sonho da vida. Um sonho que
foi arrancado à força pela vontade das filhas e dos filhos de angola
mandatados pelo sentido histórico. Muitos sucumbiram na gloriosa trajectória
com a certeza humanista do êxito da mudança na esperança que os que aqui
chegados honrassem as aspirações comuns. Nós filhas e
filhos de Angola, queremos uma Paz Verdadeira e Duradoura, porque volvidos 25
anos, constatamos que Angola é um Projecto- Nação sofrido e com incertezas,
profundamente debilitado no seu tecido social, com a esperança contida. Nós
Angolanos temos permitido que os nossos filhos se deixem envolver em interesses
estranhos à maioria do povo e elevem os seus desentendimentos a forma mais
violenta de existência: uma guerra prolongada e cruel, que não atende aos
limites físicos e psicológicos. O quadro
actual de guerra é crítico, triste e desolador com indicadores sociais mais
baixos do Mundo -
Mais de 60% do nosso povo vive abaixo de níveis médios de pobreza -
Mais de um terço da população vive na condição de deslocado -
Segundo País com mortalidade infantil mais alta a nível mundial, com
200 mortos em 1000 nascidos -
Dezenas de milhares de criança de rua -
Mais de 100 mil angolanos são mutilados de guerra -
A esperança de vida é inferior a 42 anos de idade -
Mais de 70% de analfabetos -
Salários são de miséria e o desemprego é mais de 55% da força activa -
Fuga acentuada e crescente de jovens e quadros nacionais, para o
estrangeiro. Nestas
circunstâncias, de um País inviabilizado, a grande maioria não está em condições
de exercer os seus direitos de cidadania. A ausência do direito á vida, a
exclusão económica e a privação de condições mínimas de sobrevivência, a
exclusão social, cultural e política dominam a vida da maioria do nosso povo.
Por isso exigimos a Paz,
o Diálogo e a Reconciliação Nacional. Em contraste,
cresce de forma desmedida, sem justo mérito, um pólo de riqueza que face a sua
natureza perversa – a corrupção- ao invés de se transformar num estímulo
ao crescimento económico e a criação de padrões de vida sociais aceitáveis
impõe limites ao desenvolvimento harmonioso das forças produtivas, à abertura
de espírito e ao aproveitamento eficaz do potencial humano disponível Tal situação
é o resultado conjugado da natureza do regime político no poder, que desde a
independência pratica de forma sistemática a exclusão político-social. Em lógica
complementar a oposição militar está incapaz de visionar a alteração da
situação sócio- política sem o recurso as armas. Por outro lado, muitos Países
da comunidade internacional priorizam os seus interesses geo- estratégicos e a
extorsão simples de Angola. Para invertermos esta situação só com a Paz e a
Reconciliação Nacional inclusiva. Angolanas,
Angolanos È tempo de
despertar e exigir uma maior abertura democrática do sistema político
unindo-nos num Amplo Movimento De
cidadãos Da Sociedade Civil, Sem Fins Partidários, para retirarmos o País do
estado crónico e inconsciente a que chegou e se liberte da lógica do partido-
estado que dificulta o emergir dum verdadeiro Estado Democrático Direito e dos
Direitos, conquista consagrada constitucionalmente no desencadear do processo de
abertura democrática de 1991. Assim em nome
da pátria sofrida, sofrida apelamos aos Militares, Polícias, Antigos
Combatentes e Defesa Civil, que respeitem a vida dos angolanos, a Lei, a
Constituição e a democracia e não mais virem às suas armas contra o nosso
povo, que não mais vos quer ver mortos, mutilados, indigentes e sem glória. A
Pátria e o povo esperam de vocês o melhor, pois o vosso futuro só poderá ser
devidamente garantido, por um governo democrático, saído de eleições livres
e justas, capaz de vos conferir a dignidade e honra de Bravos Combatentes da
Liberdade Os nossos
objectivos, enquanto cidadãos são nobres, pois visionamos um País -
de liberdades fundamentais na prática para o seu povo, onde cada um se
sinta um cidadão, independentemente da sua colaboração político- partidária
ou origem sócio- económica, -
de identidade africana em que as culturas se interligam harmoniosamente e
coabitam em sã convivência, -
de solidariedade como um valor operativo quer nas funções sociais, quer
na organização da vida sócio- económica. -
de equilíbrio real entre os diferentes povos de Angola, traduzido na
liberdade das próprias realidades históricas e sociais, e desenvolvendo- se de
forma própria mas sempre em prol da unidade e do desenvolvimento global do País.
Angolanas, Angolanos Eis chegada a
hora de repensarmos Angola, nossa terra, ultrapassarmos as nossas
divergências de todo tipo, porque é o nosso País que está em perigo e
lançarmos as bases que nos levem a construir a Pátria que sonhamos. Por isso,
defendemos uma Angola para todos, que através de um sistema democrático
harmonize, na justa medida, os direitos dos povos, dos grupos e das associações
com a cidadania, núcleo fundamental que o País precisa, e que seja capaz de
gerar para cada angolano um quadro de oportunidades políticas, económicas,
culturais e sociais para a sua plena realização. Estes
objectivos fundamentais só serão possíveis se nos empenharmos numa luta
intransigente para alcançar a Paz e realizar a Reconciliação Nacional
inclusive pela via de diálogo, tendo como base o respeito o respeito mútuo,
assente na Justiça social, na igualdade dos cidadãos perante a Lei e no
usufruto legal da riqueza nacional. Assim
propomo-nos solenemente lutar para a concretização das nossas aspirações
através da acção conjugada e
concertada num Amplo Movimento De Cidadãos Da Sociedade Civil, Sem Fins Partidários,
e sem exclusão de nenhuma espécie, representando os vários sectores da Nação
angolana, como instrumento democrático á todos os angolanos que pugnam por um
Estado Democrático de Direito e dos Direitos. -
Manifestemo-nos para potenciar a participação de todos os angolanos na
luta pela mudança. -
Exigimos a Mudança para uma maior abertura democrática do regime e o início
de negociações de Paz e uma verdadeira Reconciliação Nacional. -
Apoiar a Mudança para impedir a existência ou manutenção de regimes
ditatoriais no país, sob o lema “Vamos Pensar Angola“. Liberdade e
Cidadania Mudar para
Melhor Luanda,
Dezembro de 2000.
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Última actualização/Last update 27-05-2001 |