|
PRESS
RELEASE NR.01/UNITA/ MEMORANDUM ON NON-COMPLIANCE BY THE MPLA 1975-1998 |
"O ANO DA RECONCILIAÇÃO"Mensagem Pastoral do Bispos Católicos de Angola(29.03.2000) 1. A Igreja e a Paz. A missão confiada por Cristo à sua Igreja vai essencialmene unida à promoção da paz. Quando envia os Apóstolos a anunciar a Boa Nova, Jesus ensina-lhes como devem saudar os evangelizandos: «Ao entrardes numa casa saudai-a dizendo: Paz a esta casa» (Mt 10,12). Na solene despedida da última noite, Jesus entrega aos Apóstolos, como precioso testamento, o dom excelso da sua paz: «Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou» (Jo 14,27). E depois da ressurreição, aparecendo aos Apóstolos, Cristo transmite-lhes como que o primeiro fruto da Redenção dizendo, duas vezes, enfaticamente: «A paz seja convosco», «A paz seja convosco» (Jo 20,19.21). Daqui, a feliz expressão com que o Papa, na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz do corrente ano, chama à Igreja Sacramento de Paz afirmando sem rodeios que, para a Igreja, «cumprir a sua missão evangelizadora é trabalhar pela paz» (n. 20). Não podemos deixar de tomar a sério este repto, segundo o qual ou a Igreja se empenha a promover a paz ou a Igreja não evangeliza. Por outras palavras, não podemos evangelizar sem promover a paz. Se este princípio é verdadeiro para todos os crentes, para nós, Pastores angolanos, ele transforma-se num dever necessário e urgente. E o Apóstolo bem nos recorda tal dever pastoral ao afirmar que Deus «nos confiou o ministério da reconciliação» (2 Cor 5,18), ministério este que não podemos, de forma alguma, desempenhar sem trabalhar pela paz. 2. Mesmo na guerra de Angola? Em princípio, a doutrina da Igreja admite que possa existir legitimidade numa defesa pela força das armas, suposta a existência de gravíssimas condições, uma das quais é que os males a causar pelas armas não sejam maiores do que os males a evitar por elas. A problemática desta última condição, porém, considerado o poder destruidor das armas modernas mesmo convencionais, vem pôr hoje em causa a legitimidade duma guerra. E neste contexto, as destruições, as desgraças, os males causados pela guerra civil de Angola têm sido de tal grandeza que a tornam simplesmente ilegítima. Por isso mesmo, a Igreja insiste que, se não houve possibilidade de evitar o princípio da guerra, seja procurada a possibilidade urgente de lhe pôr fim. São tais os sofrimentos causados ao povo pelas atrocidades da guerra que nenhuma consciência cristã os pode aceitar. 3. A voz do Papa. A nossa voz não pode deixar de estar em consonância com a voz do Papa que, ainda há poucos meses, declarou peremptoriamente: «A guerra só leva à tragédia e ao desespero, semeando vítimas inocentes e destruindo vidas e casas, famílias e povos. Repito com urgência aquilo que eu disse tantas vezes no passado: é preciso procurar todas as alternativas à guerra» (Osserv. Rom. 26.6.99). Este mesmo pensamento transluz através da sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz do ano corrente, onde João Paulo II nos recorda que a raiz das guerras é alimentada «pelo desejo de dominar e explorar os outros, por ideologias de poder ou utopias totalitárias, por nacionalismos insensatos ou antigos ódios tribais». E chama-nos a atenção para a advertência que nos deixa o século XX: «As guerras são frequentemente causa de outras guerras, porque alimentam ódios profundos, criam situações de injustiça e espezinham a dignidade e os direitos das pessoas...Com a guerra, quem perde á a humanidade» (n. 3). É evidente que, com a guerra de Angola, quem perde são os Angolanos. Por conseguinte, ponhamos em prática, urgentemente, a sábia sentença de João XXIII: «Não vamos discutir quem tem razão, vamos unir-nos». 4. O desespero dum povo. «Massacram-nos todos os dias. Somos considerados como ovelhas para o matadouro. Acordai, Senhor, porque dormis? Despertai e não nos rejeiteis para sempre. Porque escondeis a vossa face? Esqueceis a nossa miséria e opressão? A nossa alma está prostrada até ao pó, o nosso ventre pegou-se à terra. Levantai-vos e vinde em nosso auxílio, e livrai-nos pela vossa bondade» Sl 43,23-27). Tão lancinante grito, exalado pelo Salmista há uns 25 séculos, expressa os sentimentos dos Angolanos que diariamente são condenados à morte, massacrados, desde os mais venerandos anciãos às mais tenras crianças, como inocentes cordeiros levados ao matadouro. O que recentemente se tem passado em diversas partes do País, e até mesmo além-fronteiras, outra coisa não é senão disso um retrato espantoso. Centenas de Angolanos, de todas as idades, desde velhinhos de bastão a crianças de colo, uns fusilados, outros até queimados vivos, ora por terem atravessado a fronteira à procura de segurança ora por terem sido encontrados na zona ocupada pelo outro beligerante. São crimes sem fronteiras que clamam justiça sem fronteiras. As nossas autoridades devem de ter conhecimento destas trágicas ocorrências, e saberão tomar as medidas que a tal respeito se impõem. 5. Genocídio angolano. «Se o ultraje viesse de um inimigo, eu suportá-lo-ia; se a agressão partisse de quem me odeia, talvez dele me escondesse. Mas és tu, meu companheiro, meu familiar e meu amigo, com quem vivia em doce intimidade, e nas festas me acompanhava á casa do Senhor» (Sl 54,13-15). Também aqui o homem angolano está incarnado na queixa do Salmista, em uníssono com o qual exclama dolorosamente: Se aquele que me persegue e assassina fôsse um estrangeiro, um inimigo, vindo do fim do mundo, eu me resignaria. Mas és tu, meu irmão, filho da mesma Pátria, colega da mesma escola, habitante do mesmo bairro, parente da mesma família. Tu é que me persegues, e despojas, e torturas, e mutilas, e esquartejas, e matas! E porquê, meu irmão, porquê? Na verdade, há 25 anos que o sangue de irmãos vem sendo derramado por irmãos, no sagrado solo da nossa Pátria. São 25 anos de história manchada de sangue. Sangue de irmãos, derramado por irmãos! Em termos de duração, um dos mais longos genocídios da África contemporânea. Além de Deus, a própria história se encarregará de escalpelar as culpas deste genocídio, e não poupará os seus verdadeiros autores, que vão deixar na sombra muitos criminosos do passado. Até quando, irmãos, até quando? 6. A voz dos que sofrem. Aquilo que a todos diz respeito por todos deve ser tratado. Este princípio elementar da convivência humana não pode ser ignorado na solução dum problema que atinge a carne e a vida de todos os Angolanos. Se o povo não foi ouvido para a guerra começar, seja agora ouvido para ela acabar. Nas lágrimas dos que choram e nos gemidos de todos os que sofrem as consequências da guerra, não podemos deixar de ouvir o grito dum Povo que pede lhe seja restituída, quanto antes, a paz a que tem direito. Nenhum cidadão pode sentir-se feliz só com a louvável segurança das instituições públicas, sejam elas democráticas ou governamentais. É preciso garantir, sobremaneira, a segurança do povo. E, sobretudo no interior do País, o povo não tem segura a sua casa, não tem segura a sua família, não tem seguros os haveres, não tem segura a sua subsistência, não tem segura a sua vida, não tem segura a sua segurança. 7. Guerra ou Paz? Se algum benefício a guerra tem, é fazer compreender a necessidade da paz. As feridas humanas que esse flagelo inflige só podem abrir ainda mais o fosso que separa os Angolanos. Na verdade, matar um suposto inimigo é, muitas vezes, fazer nascer dezenas de inimigos verdadeiros. Quem é que o não tem visto? Mas «ninguém se iluda de que a simples ausência de guerra, apesar de tão desejada, seja sinónimo de paz duradouora» (João Paulo II, o.c.13). Como escreveu um célebre teólogo, «Aqueles que pensam que bastam estruturas novas, talvez estruturas provenientes da violência do ódio, para chegarmos à síntese da paz, são guias cegos para homens cegos». Enquanto o Angolano não entrar no coração dos Angolanos, nunca a paz entrará verdadeiramente em Angola. Não basta mandar calar as armas; é preciso deixar falar as almas. Que estas se comuniquem na sinceridade, se reconheçam na lealdade, se compreendam na reciprocidade e se amem na verdade. Dentro desta perspectiva, a Igreja roga a Deus que se ponha fim à guerra e que a mesma Igreja possa desempenhar a sua missão reconciliadora colaborando com todos os homens de boa vontade, e com todos os meios ao seu alcance, na construção duma paz duradoura entre todos os Angolanos. 8. Há dois mil anos. Foi mesmo há dois mil anos que, ao nascer em Belém uma Criança, os Anjos cantaram sobre o mundo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, por Ele amados» (Lc 2,14). Esta divina Criança, cujo bimilésimo aniversário natalício estamos a celebrar no presente Jubileu, veio ao mundo exactamente para nos trazer a paz através da reconciliação com Deus e com o próximo. A Sua doutrina é, toda ela, uma mensagem de amor, de perdão, de reconciliação e de paz. Àquele que leva uma oferta ao altar vivendo em desavença com seu irmão, diz Cristo que vá primeiro reconciliar-se com esse irmão, e só depois é que Deus aceitará a sua oferta (Mt 5,23ss). A Pedro que Lhe pergunta se basta perdoar ao próximo até sete vezes, o Senhor responde que não; é preciso chegar até setenta vezes sete. Isto quer dizer, não literalmente 490 vezes, mas vezes sem conta, sem limite. A cruz em que Jesus morreu cravado reveste um simbolismo profundo, um verdadeiro sinal sacramental de reconciliação universal, pela qual veio dar a própria vida. O seu corpo, erguido verticalmente entre a terra e o Céu, significa e realiza a reconciliação entre os homens e Deus; ao mesmo tempo, os seus braços estendidos para o horizonte sobre a cruz significam a reconciliação dos homens entre si. 9. O Jubileu e os políticos. Não podemos fechar o coração ao significado deste Ano Jubilar, que nos intima à libertação, à reconciliação e à paz. Chegaremos à paz unicamente pelo caminho da reconciliação; e chegaremos à reconciliação unicamente pelo caminho da libertação do egocentrismo que, ao contrário do que pretende, nos isola dos outros e nos amesquinha perante o mundo. Todos os Angolanos são convidados a receber o que o Jubileu lhes oferece. E a todos oferece uma oportunidade privilegiada para alcançar a graça da reconciliação e da paz, mormente entre aqueles que andam desavindos e inimizados por graves feridas político-militares. A este convite de reconciliação ninguém se deve recusar, nem sequer os Partidos Políticos, que têm neste Ano Jubilar uma ocasião propícia para se libertarem de eventuais divisões internas e se tornarem Partidos fortemente coesos, dum modo singular a UNITA, cuja reunificação como Partido definitiva e exclusivamente político .seria para a Nação uma esperança de paz É convidado o Governo a manifestar perante todos os cidadãos sentimentos de verdadeiro pai, que não quer a morte de seus filhos mas, antes, que todos vivam em reconciliação e paz uns com os outros. Fechar as portas ao diálogo seria abri-las a uma guerra sem fim à vista, e Governo algum pode aceitar uma tragédia destas para o seu povo, o qual é a suprema razão de ser de todo o Estado e de toda a política. As atrocidades perpetradas pela guerra de Angola parece que deixaram de ser notícia por deixarem de ser novidade. Mas não deixaram de ser crimes contra a humanidade. «E os crimes contra a humanidade não podem considerar-se assunto interno duma nação» (João Paulo II, o.c., n.7). Por isso, esperamos que as NAÇÕES UNIDAS repensem a sua política com respeito ao caso de Angola e procurem desempenhar um papel mais eficiente na procura da paz para os martirizados filhos da nossa Pátria. 10. Conclusão. Considerando que o Povo precisa de ver respeitados e defendidos os seus direitos, pedimos ao Departamento dos Direitos Humanos patrocinados pela ONU que instale em cada Província e, se possível, mesmo em cada Município uma Delegação sua, à qual as pessoas possam recorrer livremente para solicitar esclarecimentos sobre a maneira de defender os seus direitos. Tendo ainda em conta que a guerra continua a aumentar o número de deslocados em bastantes partes do Território nacional e a impedir a sua reinstalação, solicitamos aos nossos generosos doadores que continuem a apoiar a CARITAS/ANGOLA nos seus programas de emergência. Parafraseando João Paulo II (o.c. n.4), podemos afirmar que, no teatro da guerra em Angola, a honra dos Angolanos será salva por aqueles que falarem e trabalharem em nome da paz. Por isso saudamos calorosamente todos aqueles que promovem iniciativas de paz, tais como o GARP e o Movimento PRO PACE. Neste Dia e neste Ano, convidamos todos os nossos Fiéis e Angolanos desejosos de paz a juntarem-se a nós, numa Cruzada de oração e de outras iniciativas pela reconciliação dos corações, a caminho da paz. Assim nos ajude com sua intercessão a Virgem Santa Maria, que há justamente dois mil anos nos deu o Príncipe da Paz. Luanda, 29 de Março de 2000 Os Bispos Católicos de Angola "THE YEAR OF RECONCILIATION"Pastoral message from the Catholic Bishops of Angola1.. The Church and the Peace The mission Christ entrusted to his church is essentially a mission of spreading peace. When he sent the Apostles to spread the Good News, he taught them how to greet the evangelized people, saying, "When entering a home, bless it saying: Peace to this house" (Mt 10, 12). In the solemn farewell of his last night, Jesus offers the excels gift of peace, his last will, to the Apostles: "I leave you my peace. I give you my peace" (Jo 14, 27). After the Resurrection, Christ appeared to the Apostles saying twice: "May the peace be with you", "May the peace be with you" (Jo 20, 19. 21). In his Message for the Day of World Peace, the Pope happily names the Church, Peace Sacrament and states that for the Church to "accomplish his mission it must work for peace" (n 20). We have to take these statements seriously, for at a time like this, or the Church struggles for peace or the Church cannot evangelize. In other words, we cannot evangelize without promoting peace. This being true for all believers, for us Angolan pastors, it becomes an urgent and needed duty. The Apostle reminds us of such a duty when he says that God "entrusted us with the ministry of reconciliation" (2 Cor 5, 18). We cannot run that ministry without working for peace. 2.. Even in the Angolan war? The Church allows some legitimacy in an armed defense, given the extreme situation of grave conditions. One of which is to cause more harms through the use of weapons then those avoided by the same. Considering the destructive power of modern weapons, the problem of this last condition is the true legitimacy of a war. In this context, the destruction, misery and harm caused by the Angolan Civil War have been so great that it cannot be regarded as legit. Given the fact that it is physically impossible to stop this from the start, the Church insists that we keep looking to the urgent possibility of putting an end to it. The atrocities of this war have caused so much suffering that no Christian conscience would accept it. 3.. The Pope's voice. Our voices echoed along with the Pope's voice that, only a few months ago, declared: " War only leads to tragedy and despair. Planting seeds of innocent victims, destroying lives and homes, families and people. I said it before and, urgently, I'll say it again: we must strive to find alternatives to war" (Osserv. Rom 26.6.99) This is the same thought that shines in His Holiness Message for the Day of World Peace. John Paul II reminds that the roots of war are fed "by the desire to dominate and explore others, according to ideologies of power or totalitarian utopias, unwise nationalism or ancient tribal hatred". Drawing our attention to the warning of the XXth century: "Wars are the frequent cause of other wars, because they feed of deep hatreds, creating situations of injustice and going over the rights and dignity of the people. In war, mankind is the only party that can lose". (n 3) Consequently, in the Angolan war, the ones to lose are the Angolan people. Let us then put to practice the wise words of John XXIII: "Let us not quarrel on who's right or wrong, let us unite". 4.. The desperation of a people. "We're being massacred every day. We are like sheep in a slaughterhouse. Wake up, Lord, why do you sleep? Awake and do not deny us forever. Why do you hide your face? Have you forsaken our misery and oppression? Our soul has been beat to dust, but our wombs have attached to the soil. Rise and come for us. Rid us of evil with your kindness" (SI 43, 23-27) 25 centuries ago, the painful scream of the Psalmist, expresses today the feelings of the Angolan who are condemned to death, massacred everyday, from the eldest of elders to the youngest children, just like innocent sheep lead to the slaughter. What has been recently going on in different parts of the country - and beyond its frontiers as well - is a picture portrait of just that. Hundreds of Angolan of all ages, from tender to elder, have been shot, burned alive, whether for having crossed the boarder looking for safety or for having been found in a zone occupied by other belligerent. Crimes without frontiers cry out for justice without frontiers. Our authorities must acknowledge these tragic occurrences, and deal with it appropriately. 5.. Angolan genocide "If the outrage came from an enemy, I'd bear it; if the aggression came from those who hate me, perhaps I would hide. But it is you, my companion, my family and friend with whom I lived in sweet intimacy, the one who accompanied me to the House of the Lord" (SI 54, 13-15) Once again, the Angolan people incarnate the Psalmist, complaining painfully: If those who stalk and murder me were foreigners, enemies from the other side of the world, I would be resigned. But it is you, my brother, son of the same Motherland, classmate, neighbor and relative. You're the one who stalks me. The one, who plunders, tortures, mutilates and kills! And why brother, why? It's been 25 years of blood shedding, in the sacred soil of our Motherland. It's been 25 years of History stained with blood. Blood of brothers, shed by brothers! One of Africa's longest genocide. Besides God, History will blame the guilty and will not spare them, one. Until when brothers, until when? 6. The voices of the suffering That which concerns everyone must be dealt with. This elementary principle of human companionship cannot be ignored in the search for the solution of a problem that affects the flesh and the life of every Angolan. Since the people were not heard for the war to start, let it be heard now to end it. In the tears and cries of all those who suffer the consequences of this war, we hear a People's plead for rightful peace. The security provided by the public institutions, democratic or governmental, do not make anyone happy. We must assure the security of the people. In the interior of the country, no one's house is assured, no one's family is assured, no one's belongings are assured, no one's life is assured and no one's security is assured. 7. War or Peace? If there's any benefit to war, that is to understand the need of peace. The human wound this plague has inflicted builds a deeper well, separating the Angolan people. To kill a possible enemy, often means giving birth to dozens of real, actual enemies. "Let no one be illuded by the simple absence of war, for it does not mean ever-lasting peace" (John Paul II, ºc. 13). As a famous theologian once wrote: "Those who believe that new structures of violence and hate are enough to conquer peace, are blind leaders for blind men". Until the Angolan is not in the people's heart, there won't be true peace in Angola. It is not enough to silence the weapons; we must let the souls speak. Let them communicate honestly. Let them recognize loyalty. Let them understand and love each other truly. The Church prays to God to end this war. The Church hopes to take upon a mission of reconciliation in building a solid, lasting peace for all Angolan. 8. Two thousand years ago. Two thousand years ago, a child was born in Bethlehem, Then the angels sang over the top of the roofs of the world: "Praise the Lord in Heaven and peace on Earth to all men that he loves"(Lc 2, 14). This divine child, whose birthday we've just celebrated, came to this world to bring us peace through the reconciliation with God and the next. His teachings were a message of love, forgiveness, reconciliation and peace. The one who brings an offering to the Lord with bitterness in his heart must first make peace so that the Lord will accept his gift. (Mt 5, 23) Peter asks the Lord if it is enough to forgive seven times. To which the Lord answers we must forgive seven times seven. Meaning countless times. The cross on which Christ was crucified bears a true symbol of Universal reconciliation, of which he gave his life for. His body raised between the land and the Heaven symbolizes the reconciliation between God and men; His harms stretched wide means the reconciliation between all men. 9. The Jubilee and the politicians We must not close our hearts to the meaning of the year of the Jubilee, for it calls out for liberty, reconciliation and peace. Peace shall be achieved through the path of reconciliation, only; and reconciliation can only be achieved if we free ourselves from egocentrism, which isolates us and diminishes us. All Angolan are invited to receive what the Jubilee has to offer them. For everyone, the opportunity to reach the grace of peace and reconciliation, especially for those wounded by political-military harms. No one should refuse this invitation of reconciliation. Not even the Political Parties that have been granted the perfect occasion to free themselves of internal struggles, to become more solid. If UNITA were to reunite as an exclusively political party, that would mean hope for peace. We invite the government to demonstrate father-like sentiments, and to show that it does not want the death of its children rather than reconciliation and peace. To close all doors of dialogue would be opening them to endless war. No Government should allow such a tragedy to fall onto its people. The atrocities perpetrated by the war in Angola are no longer news, for it is no longer new. But they're still atrocities. "And crimes against humanity cannot be considered a nation's internal affair" (John Paul II, oc., n.7). We hope that the United Nations reconsider its policy regarding the case of Angola and look to play a more efficient part in the search for peace, for our Motherland's children. 10. Conclusion Given that the people needs to see its rights respected and honored, we're asking the Department of Human Rights of the UN, to install in every Province - and if possible in every District - a delegation, so that the people can be explained of their rights and how to defend them. Given, still, that the war keeps increasing the number of dislocated people and, at the same time, stops their relocation, we appeal to our generous donors to keep supporting the CARITAS/ANGOLA in its emergency programs. To paraphrase John Paul II (oc. n.4) we could say in the theatre of the Angolan War, those who speak and work for peace shall save the Angolan's honor. So we would like to salute those who promote peace initiatives, such as the GRAP and the PRO PACE Movement. In this day and year, we invite all believers and peace-thirsty Angolan to join us in a Crusade of prayers and other initiatives for the reconciliation of our hearts and for peace. Let the Saint Virgin Mary, mother to the Prince of Peace, guide us in our quest. Luanda, 29th of March The Catholic Bishops of Angola. |
Última actualização/Last update 12-11-2000 |