PRESS RELEASE NR.01/UNITA/
C.P.C.P/2001

MEMORANDUM ON NON-COMPLIANCE BY THE MPLA 1975-1998

CARTA ABERTA AOS POVOS DE EXPRESSÃO PORTUGUESA

OS FUZILAMENTOS PÚBLICOS 
1978 - 1986 

Em Junho de 1978, o Governo de Luanda aprovava uma nova lei, a famosa lei dos Crimes contra a Segurança de Estado, que consagrava a pena de morte para qualquer cidadão acusado de "traição" ou de qualquer "outro delito contra a segurança do regime". Com esta lei, Eng. José Eduardo dos Santos fazia Angola entrar num período tenebroso de repressão, com julgamentos previamente preparados e sentenças já determinadas, a que se seguiam os fuzilamentos nas praças públicas e nos estádios de futebol. O Dr. Agostinho Neto nunca fez isto a Angola! 

Sistematicamente, durante dez anos, membros e simpatizantes da UNITA serão fuzilados, de 1978 a 1986. 

A 3 de Dezembro de 1978, no Lobito, são fuzilados:

- Noé Kessongo 
- Artur Elavoko Albino 
- Eliseu Martinho 
- Armando Kapitia 
- Alberto Manuel Salomão 

A 4 de Fevereiro de 1979, são fuzilados no Estádio das Cacilhas, no Huambo: 

- Moisés Dias 
- José Maria Chikuya 
- Francisco Chitombi 
- Francisco Chitungu 
- Menezes Sachipengo 
- Paulino Wandalika
- militante da UNITA da primeira guerra de libertação contra o regime colonial, que fica na memória da população pois apesar dos sinais de tortura que apresentava no seu corpo, gritou alto que era da UNITA mas que a UNITA não morreria com ele. 

A 10 de Agosto de 1979, 

15 militantes da UNITA são fuzilados no Menongue. 

A 18 de Agosto de 1979, 

outros 9 militantes da UNITA são fuzilados no Lobito. 

A 5 de Agosto de 1980 são fuzilados, na Praça da Revolução, em Luanda: 

- Armando Pinto 
- Abias Kayeye 
- Mendes Augusto 
- António Kapakala 
- João E. Kavimbi 
- Arão Kanjulo 
- Emídio Nuñulo 
- Gonçalves S. Vicente 
- Artur Ezequias Quarentinha 
- Francisco F. Machado 
- Victor Chamatamba 
- José K. Kingango 
- João M. da Silva 
- Manuel Kapiña 
- Bento Salomão 
- Cristóvão Kachalo 

Esta é a conclusão final de uma das maiores farsas dos julgamentos políticos organizados pelo MPLA, onde os advogados de defesa não existem, onde as penas já estavam estabelecidas antes do julgamento e onde a imprensa do MPLA se encarrega de dar a maior publicidade, perante um mundo silencioso e organizações de defesa de direitos humanos sem capacidade de intervir

Com eles, outros Patriotas Angolanos serão condenados a vários anos de prisão. 

São condenados a 

24 anos de prisão Alberto Katiavala; a 

20 anos de prisão Manuel Alves André e Emílio Assaki; a 

16 anos de prisão Angelo Evaristo, Amândio Kanda-Kanda, Daniel Chiwale, Augusto Sipata, Higino Cacatula e José Domingos Firmino; a 

12 anos de prisão Estevão Gomes Dias; a 

8 anos de prisão Mendonça da Cunha Vilares e Araújo Tiago. 

Muitos acabarão por falecer nas cadeias do regime do MPLA e outros, como é o caso de Manuel Alves André, serão libertados do Campo de Concentração de Bentiaba após os Acordos de Bicesse. 

Em Agosto de 1980, são fuzilados na cidade do Huambo: 
- Octaviano Domingos 
- Leopoldo Santos 
- Paulo Santana 
- Benedito Fernando 
- Leitão Chikambi 

Em Novembro de 1980, são fuzilados no Bié: 
- Romeu Braga Cangombe 
- Jorge Manuel 
- Paulino Nganza 
- Gabriel Sapato 

Em Dezembro de 1980, são fuzilados em Benguela: 
- Clarindo Sebastião 
- Madureira Ferreira 

Ainda neste ano, é fuzilado no Cubal (Província de Benguela)
Serafim Chandamissa. 

Em Março de 1981 são fuzilados no Huambo: 
- José Alfredo Kassanje 
- Celestino Defune 
- Isaac Maior 
- Francisco Guilherme 
- Laurindo Guilherme 
- Cornélio Alcance 
- Manuel Vassovava 
- Loureiro Canando 
- Armando Chicala 
- Bento Kassanje 
- Augusto Cahonde 
- Faustino Valenje 
- Luís Castro 
- Ventura Francisco 
- Justino Maria 
- Bartolomeu Daniel 
- Feliciano Sungolola 
- Acácio Quim
-
Que marcou profundamente toda a população obrigada a assistir ao seu fuzilamento, pela coragem que demonstrou ao assumir publicamente a sua militância na UNITA, referindo que ele morria na sequência de outros que já tinham sido fuzilados, mas que o combate da UNITA iria prosseguir até à total libertação dos Angolanos. 

O ano de 1982 inicia-se com o fuzilamento do cap. Silvano Moleiro, na prisão da Estrada de Catete e do Cap. Arlindo Monteiro, no Campo de Concentração da Sapu, ambas em Luanda. 

Aos 29 de Maio de 1982, são fuzilados no Lobito: 
- Leonardo Direito Barrote 
- António Chicola Kossengue 
- Domingos Lobito 
- Sapalo Geraldo Pinto 

Em 1983 são presos e fuzilados no Huambo: 
- Amandio Chingala 
- Artur Ngumba 

A 7 de Abril de 1983 é fuzilado no Sumbe, capital do Kwanza-Sul, Tomás Pinto Vidro. Professor e membro da Igreja Congregacional, tinha sido preso em Dezembro de 1981 no Wako-Kungo, sendo selvaticamente torturado para se confessar chefe de uma rede clandestina da UNITA. 

A 10 de Fevereiro de 1984, no Léwa (Província do Moxico), são fuziladas 14 pessoas, entre elas o Regedor Maurício Calacala e o Regedor António Muachito. 

Entre os dias 15 e 20 de Fevereiro de 1984, são fuzilados nos subúrbios da cidade do Huambo 78 civis, incluindo mulheres e crianças. 

A 20 de Fevereiro de 1984 é condenado à morte por fuzilamento, no Huambo, Isaías Jeremias Cangolo, funcionário dos serviços telefónicos da cidade. Com ele são também condenados Maria Alice Lucas Calundungo a 14 anos de prisão, Angelino Sacequelo a 4 anos de prisão e Laurinda Frederico Mussili a 2 anos de prisão. 

A 24 de Abril de 1984 são fuzilados 51 civis na cidade do Luena. 

A 25 de Abril de 1984, é fuzilado no Bié: 
- Simão Quintas 

A 26 de Abril de 1984 são fuzilados 77 civis no Bié. 

A 1 de Maio de 1984, são fuzilados no Luena (Moxico): 
- Abílio Sindica 
- Paulo Segundo 

A 6 de Maio de 1984, são fuzilados no Menongue (Kuando-Kubango): 
- Abílio Chimbaia 
- Felisberto Mateus Chitumba 
- Afonso Tchiamba Pandera 

A 7 de Setembro de 1984, são fuzilados no Lubango (Huíla): 
- Miguel Chimuku 
- Cândido Mulangue 

A 13 de Outubro de 1984, são fuzilados no Lubango (Huíla): 
- Daniel Kabinda 
- Paulino Catukutuku 
- Eduardo Kessongo 

A 24 de Outubro de 1984, são fuzilados no Menongue (Kuando-Kubango): 
- Fernando Bango 
- António Isala 
- Manuel Lingumba 
- Floriano Manuel 

A 3 de Novembro de 1984, são fuzilados em Malange: 
- Frederico Epalanga 
- José Manuel 
- Domingos Alberto Umba 

A 9 de Novembro de 1984, são fuzilados no Huambo: 
- Filipe Felisberto 
- Gaspar Somri 

A 29 de Novembro de 1984, é fuzilado no Lubango (Huíla): 
- João Domingos Cameque 

A 5 de Dezembro de 1984, é fuzilado em Malange: 
- António Quarta Barros 

A 28 de Dezembro de 1984, é fuzilado em Benguela: 
- António Kalufele Nunda 

A 10 de Janeiro de 1985, são fuzilados no Dondo (Kwanza-Norte): 
- Faustino Luquembe 
- Xavier Félix Tchoquilinha 
- Tiago Uaika 

A 12 de Janeiro de 1985, são fuzilados no Menongue: 
- Eurico Secando 
- Alberto Kiambassuca 
- Afonso Katacu 
- Adriano Kimboto 
- Francisco Dumba 
- Geraldo Segunda 
- Augusto João 

A 21 de Janeiro de 1985, são fuzilados no Lubango: 
- Marcelino Kavela 
- Clemente Gabriel 

A 15 de Fevereiro de 1985, é fuzilado na Cáala (Huambo): 
- Afonso Biebi 

A 8 de Março de 1985, é fuzilado no Huambo: 
- João António Vidal 

Mas o ano de 1985 ainda terá mais vitimas que ficam registados apenas alguns dos nomes de Patriotas fuzilados pelo MPLA: 

No Lubango:
- Teodoro da Silva Gideão 
- Enfermeiro Gaspar 
- Tomas Mbonebi 
- José Chico Muenyo 

Em Malange: 
- Alberto Brimba 
- João Domingos 

No Menongue: 
- Manuel Ngumba 
- António Wassaka 
- Fernando Bonga 
- Floriano Manuel 
- Abias Santos 
- Raimundo Santos 
- Ngunga Serrote Jacob 

No ano de 1986, os fuzilamentos. Assim no Bié são fuzilados: 
- Manuel Katulumba 
- José Humbo 
- Firmino Inakulo 
- João Ndungo.

 

Última actualização/Last update 15-05-2001