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PRESS RELEASE NR.01/UNITA/
C.P.C.P/2001

MEMORANDUM ON NON-COMPLIANCE BY THE MPLA 1975-1998

CARTA ABERTA AOS POVOS DE EXPRESSÃO PORTUGUESA

As causas da catástrofe humanitária em Angola

Desde 11 de Novembro de 1975, data da independência de Angola, que os Africanos de Angola e os Angolanos em geral vivem debaixo de uma das piores ditaduras do continente Africano.

Logo após a sua independência, a então União Soviética, com apoio dos países do leste e da soldadesca cubana, invadiu Angola e instalou um regime totalitário em Luanda que se transformou numa das piores Cleptocracias da África sub-sahariana cujos pilares aumentam hoje na corrupção, brutalidade, no ódio, na exclusão, na difamação, na repressão das liberdades individuais e na ingerência pela força das armas nos assuntos internos dos países vizinhos de Angola.

A vida de milhões de Angolanos que continuam a viver numa pobreza abjecta transformou-se num inferno e numa luta sem tréguas em busca da sobrevivência que os coloca permanentemente entre a miséria e a morte.

De facto, este mal de Angola que destroi o seu tecido humano e social tem nome: é José Eduardo dos Santos que de guerra em guerra declarou mais uma contra os Angolanos aos 5 de Dezembro de 1998 que já fez até ao momento milhares de vítimas no seio da população civil e criou uma das piores crises humanitárias alguma vez vivida pelos Angolanos.

Como resultado desta política, o balanço dos últimos 15 meses de guerra total contra os Angolanos é de facto catastrófica, senão vejamos:

  1. Mais de três milhões de Angolanos vegetam pelo território nacional como deslocados internos.
  2. Esta população é forçada e aglomerar-se nas capitais provinciais e utilizada como escudo humano;
  3. Meio milhão de Angolanos encontram-se refugiados nos países vizinhos de Angola e outras centenas pelo mundo fora;
  4. Vinte mil Angolanos foram assassinados pelas forças governamentais e um número por determinar ficou mutilado por acção de minas anti-pessoal e ferimentos de bala;
  5. Centenas de aldeias continuam a desaparecer do mapa de Angola nas províncias do Huambo, Kuando Kubango, Bié, Benguela, Huíla, Uíge, Malange, Lunda Sul, Kwanza Sul e Lunda Norte por acção directa dos bombardeamentos aéreos que pulverizam estas localidades com bombas de napalm, fósforo, desfolhantes, de fragmentação e de alta explosão, estas mais conhecidas por " fuel air bombs".

O quadro descrito tende a piorar pelo facto de que aos deslocados internos não lhes é proporcionada a ajuda humanitária necessária porque esta é geralmente desviada pelo governo para as suas forças armadas e para os mercados paralelos. As centenas de milhares de Angolanos que vivem nas áreas sob jurisdição da UNITA nunca foram abrangidas por qualquer tipo de assistência humanitária das Nações Unidas.

E como se não bastasse, a volta destes autênticos campos de concentração, sobretudo as capitais provinciais e certos municípios, o governo continua a semear minas anti-pessoal com o propósito de impedir que estas populações regressem para as suas áreas de origem que, em muitos casos, encontram-se localizadas em áreas sob jurisdição da UNITA.

Esta política de José Eduardo dos Santos de "criação de aldeias da paz" e de "moralização de centros urbanos", que é orientada por conselheiros militares portugueses a exemplo das medidas que adoptaram em Angola durante a guerra colonial, é um crime contra a humanidade. Ninguém tem direito em qualquer parte do planeta de obrigar populações inteiras a abandonarem o seu habitat, forçando-a ao exílio interno e concentrando-as em "reservas da caridade" em localidades onde vivem da fome e da miséria, enquanto podiam cultivar livremente as suas terras.

O mais grave ainda é que esta catástrofe humanitária que resultou da política de genocídio de José Eduardo dos Santos tem o beneplácito dos países já desqualificados da TROIKA que continuam a inspirar e a encorajar a doutrina de "moralização de centros urbanos" e a política de guerra total do Futungo de Belas em troca de negócios que lhes proporcionam os petróleos, diamantes e o tráfico de armas.

À luz desta política, estes países vão envidar os seus esforços financeiros e militares para a defesa dos seus negócios em Angola, pressionando José Eduardo dos Santos para esmagar os nacionalistas Angolanos, o que, no entanto, não passa de uma quimera.

Enquanto as relações da América de Clinton, de Portugal de Guterres e da Rússia de Putin com Angola continuarem a ser de natureza neocolonial e imperialista, estes países que ignoram deliberadamente os interesses e as aspirações legítimas de paz e liberdade das populações locais, Angola não conhecerá certamente a paz, a tranquilidade e o desenvolvimento sócio-económico.

As recentes declarações de enviados especiais de governos de Portugal, América e Rússia proferidos em Luanda a defenderem obstinadamente a continuação da guerra como solução do conflito Angolano e o inequívoco não ao diálogo com a UNITA genuína vêm confirmar mais uma vez que a guerra de José Eduardo dos Santos veio para ficar por muitos mais anos e só a força das armas pode libertar os Angolanos desta política neocolonial, imperialista e fascista..

A UNITA como vanguarda de luta das populações excluídas e perseguidas de Angola, coloca-se com o Dr. Savimbi como seu timoneiro na linha da frente para dirigir este combate multiforme para a materialização das suas aspirações legítimas e profundas de liberdade, dignidade e democracia.

Angola, 20.03.2000

Alcides Sakala

Secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA

 

Última actualização/Last update 02-12-2000